Definitivamente odeio quando músicos, cantores e bandas viram ativistas. É, realmente, bonito ver artistas fazerem shows e músicas em pró de uma causa humanitária. Mas isso é uma chateação para seus fãs. Aliás, não apenas uma chateação, é uma "pagação de mico" (porque esses movimentos nunca resolvem de verdade os problemas em questão) e uma forma "elegante" de acabar com a própria carreira - não existe algo tão "très chic" quanto acabar com a carreira ajudando ao próximo.
Acredito que tudo isso começou em 1985, quando uma série de grandes vocalistas, como Ray Charles, Bob Dylan, Michael Jackson, Tina Turner, resolveram formar o "USA for Africa" e gravar o hit "We are the world". E esse pequeno ato deu origem ao Live Aid, que foi um grande evento que reuniu várias bandas que arrecadaram dinheiro para salvar os famintos da Etiópia. Resultado: assista aos noticiários e você verá que ainda existem famintos por lá.
Acredito que tudo isso começou em 1985, quando uma série de grandes vocalistas, como Ray Charles, Bob Dylan, Michael Jackson, Tina Turner, resolveram formar o "USA for Africa" e gravar o hit "We are the world". E esse pequeno ato deu origem ao Live Aid, que foi um grande evento que reuniu várias bandas que arrecadaram dinheiro para salvar os famintos da Etiópia. Resultado: assista aos noticiários e você verá que ainda existem famintos por lá.
Então, quando todos pensavam que os artistas desistiram, já que não houve resultado, o que eles fazem? Criam outros "Lives", filhotes do Live Aid. A um deram o nome de Live 8, realizado em 2005, com intuito de implorar que o G-8 perdoasse a dívida externa de nações pobres, mas que, como único resultado, obteve a inédita apresentação da banda Pink Floyd com todos os integrantes da formação original - a última vez que isso aconteceu foi 24 anos antes do evento. Ao outro, deram o nome de Live Earth, promovido em 2007, com a intenção de conscientizar a população sobre o aquecimento global. E o que aconteceu? Bem, acredito que meu vizinho demore pelo menos 1 hora embaixo de seu chuveiro que oferece um banho muito quente.
Mas o que mais me irritou dos dois eventos foi o caçula. Sim, o Live 8. Sabe por quê? Porque desde que o Green Day - uma das minhas bandas preferidas; mexeu com eles, mexeu comigo - subiu naquele palco cantando "we are the champions" do Queen, a banda nunca mais foi a mesma. Depois disso começaram a acreditar que eram o próprio "Jessus of Suburbia" e que podiam salvar o mundo. Até com o Bono do U2 eles cantaram. Sabe o que penso sobre o episódio? Uma droga! Cadê a banda que lançou o álbum Dookie, que tinha letras sobre blood, sex and booze, que fazia careta e que falava besteiras aos jornalistas? Sabe, se eu pudesse falar algo para o Billie Joe, diria: "quer ajudar o mundo, ajuda. Só não faça músicas melancólicas e ativistas, pois isso não é Green Day". Quero meu Green Day de volta!