segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Não é pessimismo... é felicidade.


Sempre penso no conceito de "felicidade". Essa é uma palavra estranha. Ela não tem o mesmo significado para todos, é relativa... depende da cultura, ou da individualidade. Apesar de seu significado amplo, ela é limitada. Sempre acreditei que a felicidade de um começa quando a de outro termina. Sei, parece pensamento pessimista, mas não é. Isso é uma verdade!

Quer ver? Partirei de um exemplo fútil, mas que resume perfeitamente o que digo. Imagine que agora seja uma tarde perfeita e você está com muito dinheiro. Então você resolve ir ao shopping gastar o seu lindo dinheiro naquele tênis que você passou o ano inteiro almejando. Você chega à loja, pede ao vendedor que te traga o tamanho 35 daquele modelo na cor azul. Aí você percebe que a pessoa do lado também pediu aquele modelo, tamanho 35 e na cor azul. Mas até então você fica tranqüilo, pensa "que coincidência, tomara que tenham dois modelos iguais". O vendedor que te atendeu e o que atendeu a outra pessoa voltam. Aí, surpresa! O vendedor da outra pessoa volta com o tênis e o seu com as mãos vazia dizendo "desculpa, mas só havia um modelo daquele, tamanho 35 e na cor azul". Viu? Sua felicidade acabou!

Mas eu acredito que toda infelicidade tenha um lado bom. Pensando pelo lado muito mais fútil da situação, perceba que você não gastou o seu dinheiro e se faz um ano que você desejava o tênis é porque ele está saindo de moda, o que significa que um novo modelo, da mesma marca e ainda mais bonito, será lançado e você será um dos primeiros a comprar.

Agora deixando a futilidade de lado, voltando ao conceito de felicidade, acredito que você tenha entendido porque seu conceito é relativo e limitado. Relativo seria dizer que para um homem-bomba a felicidade é ele explodir e se tornar um mártir, enquanto que para o meu vizinho, que tem uma cultura diferente daquele, felicidade é viver o máximo possível junto de seu cachorro - para mim felicidade é que o seu cachorro, o Dudu, fique mudo. E no que diz à sua limitação, ela possui dois aspectos: o primeiro, como já disse, é a de um começar quando a de outro terminar; segundo é que ela dura um pequeno período, é momentânea, pode durar apenas alguns minutos, umas semanas ou anos. É difícil dizer que ela pode ser eterna, pois o nosso conceito de felicidade muda constantemente.

Quando eu era criança felicidade para mim era ter um cachorrinho, assistir aos "Ursinhos Carinhosos" e comprar doces. Hoje felicidade é ficar longe de cachorros (deu para entender que eu não gosto de cachorro, né), ler o máximo possível e comprar muitas roupas. E provavelmente daqui a alguns anos felicidade será casar, ter filhos (filhos? Um seria muito) e ser profissionalmente bem sucedida. E nesse exato momento felicidade seria terminar esse pequeno texto com um parágrafo decente, que é algo que eu não consigo fazer há tempos.