sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Não estou conseguindo viver

O ser humano não consegue viver quando sente que não está inserido em algum grupo. Pelo menos eu não consigo viver em um lugar onde não encontro aqueles que não parecem ser como eu. E isso tem acontecido na faculdade. Eu conheci bastante gente legal, mas até agora não encontrei o meu grupo. Não que eu seja rígida com as minhas amizades, mas eu só quero encontrar o meu grupo!
Na escola, por exemplo, eu tinha o meu grupinho que fazia parte de um grupão. Todos nós éramos diferentes e parecidos. Cada um tinha um estilo diferente, mas no fundo tínhamos algo em comum (algo que eu não sei explicar). No meu grupinho, apesar de todas se vestirem de maneiras diferentes, éramos muito parecidas. Gostávamos das mesmas músicas, dos mesmos assuntos. Já no grupo grandão - no grupo que o grupinho estava inserido - eu não sei exatamente o que nos unia, mas eu sei o motivo de ele ser fragmentado : a sala de aula não era grande o suficiente para caber todo mundo no mesmo espaço. Eu acho que eram as nossas diferenças de estilos e personalidade o motivo da nossa união. O fato é que eu sempre gostei daquele grupo e sempre me orgulhei de fazer parte dele. Tenho muita saudade daquele grupo. Tenho certeza que vai ser difícil encontrar um grupo parecido - parecido, porque igual jamais existirá - com aquele na faculdade.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

"Arrasa Bi"

Adoro comentar sobre a primeira vez que fiz uma coisa muito diferente das que eu costumo fazer. Primeira vez que andei de ônibus; a primeira vez que quase morri atropelada; a primeira vez que um cachorro me mordeu; a primeira vez que eu fui pra escola; a primeira vez que eu andei de metrô sozinha. Só não gosto de comentar o primeiro beijo porque eu era muito nova e aquilo foi horrível.
E como não poderia deixar de lado: adoro comentar sobre o primeiro dia de aula na faculdade. Na verdade eu ainda não tive o meu primeiro dia de aula. Mas eu fico imaginando como ele vai ser. Isso também aconteceu quando eu ia começar a primeira série e o primeiro colegial. Foram coisas muito estranhas. Eu idealizava tanto como seria o primeiro dia, que quando chegava o dia eu sentia dor na barriga, suava frio, tinha tontura.
Mas esses sintomas não são exclusivos de primeiro dia de aula. Tudo que eu fiz - e faço - pela primeira vez, aconteceu depois de eu ter meus tremeliques, chiliques e tudo o que é terminado em "iques".
E hoje não está sendo muito diferente. Meus dias de universitária começam amanhã e eu estou tão ansiosa quanto estive para começar a primeira série e usar aquele uniforme azul e vermelho. A diferença é que agora já não tem mais uniforme.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

"Não me leve a mal, mas hoje é carnaval..."

Ah, o Carnaval! Como eu adoro o Carnaval. Aquelas marchinhas me animam. Os carros alegóricos das escolas de samba me encantam. Ivete, Daniela Mercury e "babado novo" me fazem dançar. "Amo muito tudo isso"! Mas nem sempre foi assim. Quando eu era criança, detestava samba, era intolerante aos ensaios das escolas de sambas e achava ridículo um bando de "gente grande" fantasiados como as crianças de minha escola. Quando eu estava com os meus 12 anos, não era muito diferente. Samba, marchinhas ou qualquer coisa diferente de rock e guitarras era uma coisa horrível. Carnaval só seria legal no dia que colocassem uma banda de hard rock ou metal para tocar na Marquês de Sapucaí.
Felizmente, um dia tudo muda. Percebi que o rock poderia ir muito além do bate-cabeça. Isso aconteceu no dia que ouvi "strokes" cantando "12:51". Pensei: "caramba, meu; é rock, é bom e dá vontade de dançar". E desde então fui percebendo que eu não devo julgar a música de Bob Marley apenas por sua aparência nada convencional. Também não devo julgar as músicas de Caetano Veloso só porque eu não o acho simpático. E com o tempo aprendi que Seu Jorge não é o Mané Galinha, e que Beatles é demais.
E desde então fui aceitando novas idéias, novos pensamentos, novas filosofias. Deixei-me aberta às novas sensações. E vi que com tudo isso eu fui evoluindo para melhor. Descobri que quem fica apegado a uma só idéia não evolui - nem regride -, sempre fica parado no mesmo lugar. E desde então posso dizer: como eu adoro o Carnaval.

SiL

sábado, 10 de fevereiro de 2007

A (minha) grande família

Todo mundo já nasce numa família. Infelizmente não podemos escolher quem faz parte dela ou, até mesmo, quem nunca deveria ter entrado nela. Mas tem uma outra família que a gente pode escolher. Ela começa a ser formada desde o momento que somos inseridos na sociedade. Começa lá no maternal, quando nos simpatizamos com a criança do lado e começamos a chamá-la de "amigo".
E aí surge uma nova família! O engraçado é que ela funciona como a nossa família convencional, pois conseguimos amar aquele parente distante, que não vemos há muito tempo, com a mesma intensidade que amamos aqueles parentes que sempre estão próximos. Não sei explicar muito bem isso, mas eu amo meus amigos de infância do mesmo modo que amo meus amigos atuais.
Talvez a única coisa que difere essas duas famílias é o modo como as pessoas deixam de fazer parte delas. Só se deixa a família convencional quando passamos para o outro lado - seja ele bom ou ruim. Já na família que construímos por laços de amizade, uma pessoa só deixa de fazer parte dela quando ela já não é mais tão amiga; quando a pessoa em questão deixa de ser confiável. E se esse ato de fazer a pessoa sair da família de amigos fosse chamado de "morte", eu diria que, desde que construi minha família, apenas uma pessoa morreu!!!

Primeiro o um, depois o outro...

Estive pensando em quantas vezes já fiquei apaixonada, mas cheguei a conclusão de que é impossível saber de quantos garotos eu gostei. É um número enorme. Isso ocorre devido ao fato de que eu mudo de pretendente com a mesma freqüência com que troco de roupa!
Sério, sempre foi assim. Desde a primeira série. Eu ficava apaixonada pelo menino da frente durante uns dois meses, e depois descobria que menininho do lado era mais interessante. E assim fui vivendo. A única vez, que eu acho, que eu gostei de um menino por muito tempo, foi entre a sétima e oitava série. O mais engraçado é que hoje ele é um super-amigo meu e nunca soube que alguma vez na vida eu amava ele.
Ano passado não foi diferente. Eu gostei do um, depois do outro, depois gostei novamente do um, depois gostei de outro que não estava na história, depois gostei do um, e novamente do outro. Foi quando acabou o ano, e começou esse e eu descobri que já não gosto mais de ninguém. E na falta de me apaixonar, resolvi comentá-la.
SiL

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Não misturem minhas revistas

Quando eu fazia curso de inglês eu não gostava muito da dona daquela escola - deixando bem claro que dela como pessoa eu sempre gostei, o que eu não gostava era dela como dona da escola. Ela nunca teve pena de dar chamar a atenção de seus funcionários na frente dos alunos. Seus ex-funcionários odeiam-na!
Eu sempre achei um absurdo a relação que ela tinha, e ainda tem, com seus funcionários. Eu pensava :"minha nossa senhora", para que tanta rigidez? Mas hoje eu até a compreendo. Isso não é só uma característica - e, porventura, defeito - dela. Todos nós somos rígidos com algo. Seja em que área for, todos nós somos rígidos!
Eu mesma sou rígida com a organização de papéis. Fico com muita raiva quando misturam minhas provas com folhas de rascunho.Também fico "p" da vida quando invertem a ordem das minhas "Caprichos" (quando colocam a de dezembro por cima da de agosto), ou quando misturam minhas "Caprichos" com as minhas revistas que têm "Green Day" na capa.
E assim como eu sou rígida com certas coisas que podem não ser tão importantes para você , você também é rígido com coisas que não são importantes para mim. Por isso, funcionários e ex-funcionários da dona daquela escola de inglês, não fiquem irritados porque no fundo você é igualzinho a ela.
SiL

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

O padeiro não nasceu "expert"

Não nascemos "experts" em nada! Foi a essa conclusão que cheguei depois de quase desistir da vida. Quase desisti da vida de verdade, principalmente depois de ter lido colunas e crônicas de meus escritores favoritos e outros nem tão favoritos. A maneira como eles tratam seus textos é tão incrível. Eles desenvolvem seus textos como se fosse o ato mais normal do mundo, tão normal quanto tomar banho. E isso é algo que me incomodava até há umas horas atrás.
Não era exatamente o fato de eles escreverem com facilidade o que me incomodava. O que me causava incômodo era pensar que eles já nasceram escrevendo magnificamente "bem". Mas depois de pensar muito, quase chorar, desistir de estudar jornalismo e olhar as pessoas à minha volta, fui perceber que ninguém nasceu sabendo nada. As habilidades do ser humano vão se desenvolvendo de acordo com o passar da vida. Assim como o melhor padeiro do mundo - que, para mim, é o padeiro da esquina da minha casa - não nasceu sabendo fazer seus maravilhosos pães, Walcyr Carrasco e Millôr não nasceram sabendo fazer textos fantásticos. Seus textos são resultados de suas experiências de vida.

SiL

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Pelada, careca e sem dente

Todas as pessoas vieram ao mundo com um propósito: ou vieram à trabalho, ou vieram à passeio, ou vieram para descançar. Isso fica mais visível quando estamos na escola, principalmente durante a época de preparação para o vestibular.
Na minha sala tinha pessoas realmente esforçadas, que estudavam muito. Passavam dia e noite pensando no vestibular, dizendo que o vestibular era a vida delas. Essas são as que vieram à trabalho.
Também tinham as que dormiam na sala de aula. Se aparecessem na escola corria o risco de chover o dia todo de tamanho milagre que eram as suas presença ali. O final de semana elas já nem lembravam de seus respectivos nomes, menos ainda do vestibular. Nem preciso dizer que elas vieram à passeio.
Mas tinha um outro grupo de pessoas. Passar no vestibular, ou não passar no vestibular, não fazia a diferença para as pessoas desse grupo. Se chover ou fazer sol está bom do mesmo jeito, já que eles são sussegados. E foi nesse grupo que eu me encontrei. Desde que eu nasci sabia que fazia parte do grupo que leva como filosofia de vida : "nasci pelada, careca e sem dente, o que vier é lucro".

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Ele mata em nome de Alá e eu chupo sorvete

Desde o último ataque de homem-bomba relatado no noticiáriodurante essa semana, eu venho pensandosobre o sentido do "absurdo". É que naquele dia eu escutei a seguinte frase: "que 'absurdo' dizer que o homem se matou em nome de Deus".
Para qualquer cristão isto é um absurdo. Mas me diz o que é realmente absurdo? De acordo com o dicionário "Melhoramentos", absurdo significacontrário e opostoa à razão, ao bom senso. Traduzindo: absurdo é aquilo que é contrário e oposto à NOSSA razão, ao NOSSO bom senso.
Eu só percebi isso quando eu lembrei de quando eu tinha 11 anos e disse ao meu pai que eu não acreditava em Deus. Ele achou aquilo inadimissível, um absurdo. Falou que eu estava dizendo besteira. Mas para mim o fato de eu não acreditar em Deus é tão normal como chupar sorvete no verão.
Ou seja, o seu absurdo pode ser algo normal para mim, comovice-versa. Assim como para o cristão é um absurdo matar e morrer em nome de Alá, para o islâmico é um absurdo andar na praia usando biquini. E assim vai!